segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Jornal da Paróquia, edição 127/ Setembro de 2009

No dia em que "Machado, a cidade Presépio" comemora mais um ano de vida, nossa equipe editorial entrega à comunidade mais uma edição do Jornal da Paróquia.
Com textos informativos sobre a Bíblia (no mês de setembro, vivemos o mês da Palavra de Deus), Família, trechos mais marcantes de alguns pronunciamentos do Santo Padre (Ecos de Roma), a vida paroquial nos quadros "Agenda" e "Pela Paróquia", espiritualidade dos Santos Padres (Assim nos Ensinaram nossos pais na fé), os dizimistas que no mês de setembro comemoram mais um ano de vida, o balancete mensal do dízimo, um artigo preparado pelo padre Paulo que reflete a importância do aprendizado informal na família e um artigo do Frei Betto, sugerido Conego Walter como artigo de capa que, já no título, chama a atenção: "Qualquer semelhança é mera coincidência", refletindo sobre os "mandos e desmandos" do Senador Catilina, no senado Romano em 63 a.C. De fato, qualquer semelhança é mera coincidência...


Que nossa vida seja sempre iluminada pela Palavra de Deus, fonte que deve sempre jorrar para nossa vida e a vida dos irmãos. Boa leitura!

Editorial


Catilina abusa de nossa paciência




"Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?", indagou Marco Túlio Cícero ao senador Lúcio Sérgio Catilina, a 8 de novembro de 63 a.C., em Roma. Flagrado em atitudes criminosas, Catilina se recusa a renunciar ao mandato.
Cícero, orador emérito, respeitado por sua conduta ética na política e na vida pessoal, pôs em sua boca a indignação popular: "Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há de precipitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos?"
"Ó tempos, ó costumes!", exclamou Cícero movido por atormentada perplexidade diante da insensibilidade do acusado. "Que há, pois, ó Catilina, que ainda agora possas esperar, se nem a noite, com suas trevas, pode manter ocultos os teus criminosos conluios; nem uma casa particular pode conter, com suas paredes, os segredos da tua conspiração; se tudo vem à luz do dia, se tudo irrompe em público?"
Jurista, Cícero se esforçou para que Catilina admitisse os seus graves erros: "É tempo, acredita-me, de mudares essas disposições; desiste das chacinas e dos incêndios. Estás apanhado por todos os lados. Todos os teus planos são para nós mais claros que a luz do dia."
Se Catilina permanecia no Senado, não era apenas a vontade própria que o sustentava, mas sobretudo a cumplicidade dos que teriam a perder, com a renúncia dele, proveitos políticos. Daí a exclamação de Cícero: "Em que país do mundo estamos nós, afinal? Que governo é o nosso?"
Cícero não temia ameaças e expressava o que lhe ditava o decoro: "Já não podes conviver por mais tempo conosco; não o suporto, não o tolero, não o consinto. (…) Que nódoa de escândalos familiares não foi gravada a fogo na tua vida? Que ignomínia de vida particular não anda ligada à tua reputação? (…) Refiro-me a fatos que dizem respeito, não à infâmia pessoal dos teus vícios, não à tua penúria doméstica e à tua má fama, mas sim aos superiores interesses do Estado e à vida e segurança de todos nós."
Os crimes de Catilina escancaravam-se à nação. Seus próprios pares o evitavam, como assinalou Cícero: "E agora, que vida é esta que levas? Desejo neste momento falar-te de modo que se veja que não sou movido pelo rancor, que eu te deveria ter, mas por uma compaixão que tu em nada mereces. Entraste há pouco neste Senado. Quem, dentre esta tão vasta assembléia, dentre todos os teus amigos e parentes, te saudou? Se isto, desde que há memória dos homens, a ninguém aconteceu, ainda esperas que te insultem com palavras, quando te encontras esmagado pela pesadíssima condenação do silêncio?"
Catilina fingia não se dar conta da gravidade da situação. Fazia ouvidos moucos, jurava inocência, agarrava-se doentiamente a seu mandato. "Se os meus escravos me temessem da maneira que todos os teus concidadãos te receiam" - bradou Cícero -, "eu, por Hércules, sentir-me-ia compelido a deixar a minha casa; e tu, a esta cidade, não pensas que é teu dever abandoná-la? E se eu me visse, ainda que injustamente, tão gravemente suspeito e detestado pelos meus concidadãos, preferiria ficar privado da sua vista a ser alvo do olhar hostil de toda a gente; e tu, apesar de reconheceres, pela consciência que tens dos teus crimes, que é justo e de há muito merecido o ódio que todos nutrem por ti, estás a hesitar em fugir da vista e da presença de todos aqueles a quem tu atinges na alma e no coração?"
Cícero não demonstrava esperança de que seu libelo fosse ouvido: "Mas de que servem as minhas palavras? A ti, como pode alguma coisa fazer-te dobrar? Tu, como poderás algum dia corrigir-te?" E não poupou os políticos que, apesar de tudo, apoiavam Catilina: "Há, todavia, nesta Ordem de senadores, alguns que, ou não veem aquilo que nos ameaça, ou fingem ignorar aquilo que veem."
Acuado, Catilina se refugiou na Etrúria e morreu em 62 a.C.. Cícero, afastado do Senado por Júlio César, foi assassinado em 43 a.C. Um século depois, Calígula, desgostoso com o Senado, nomearia senador seu cavalo Incitatus, com direito a 18 assessores, um colar de pedras preciosas, mantas de cor púrpura e uma estátua, em tamanho real, de mármore com pedestal em marfim.

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Frei Betto

Fonte: Correio Riograndense

Aprender o que aprender


Aprender o que aprender


Caro irmão (ã) em Cristo graças e paz da parte do Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nesta ocasião, quero falar em especial os pais e mães que tem a responsabilidade de construir a personalidade dos filhos, que antes de serem seus, são filhos de Deus Pai.
Pais e mães: uma das coisas mais valiosas que você pode fazer para a educação de seus filhos é se tornar um aprendiz, mesmo que isso signifique gastar um pouco mais de tempo diretamente para educar seus filhos. Isto irá trazer muitos benefícios para você e sua família. Seus filhos vão aprender o que aprender - mesmo no formato informal de conversas na mesa do jantar sobre o que você está aprendendo.
Você vai mostrar a ele o quanto a educação de valores é importante e assim, irá ajudá-los a ver que aprender não é apenas algo para criança em idade escolar, mas a todos os seres humanos e os inspirá-los a não parar no processo de auto-formação, sobretudo para os valores humanos e cristãos.
Seu filho irá ajudá-lo a tornar-se mais entusiasta com a aprendizagem em geral e em particular a sua aprendizagem. O entusiasmo é contagiante! E eles vão gostar de aprender mais se ele faz isso junto com você.
Esta postura de quem quer aprender junto com ele irá construir um ambiente de aprendizagem. Por exemplo, se você estiver lendo em vez de assistir ao noticiário ou a ouvir rádio, sua casa vai ser mais silenciosa e mais convidativa para os outros e sobretudo para o estudo.
Quanto você poderá aprender pesquizando sobre ética, moral, teologia, filosofia... enfim, todos os temas relacionados a construção da pessoa humana e com estas pesquisas entrar em discussão com os filhos sobre estes temas. Será uma oportunidade para aprender e despertar o interesse deles aos principais temas a construção da pessoa, e neste viés estará ajudando seus filhos trabalhar isso neles mesmos, fazendo construir uma consciência a partir de verdadeiros valores.
Catecismo diz: "Um deles é o direito de pensar que o futuro da humanidade está nas mãos daqueles que são capazes de fornecer às gerações vindouras razões de viver e otimismo." (1917)
Pais e mães, sejam aqueles que fornecem às gerações vindouras razões de viver. Quantos e quantos não desistem de viver e enfrentar os desafios. Ajude o seu filho a ser gente, gente de bem. Em situações reais mostre a ele os limites que existem entre o direito dele e do semelhante. Seja um aprendiz da vida, e nesta empreitada leve seu filho junto.


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Pe. Paulo Sérgio Barbosa
Vigário Paroquial

Recordações


João Nanetti

A morte cria sempre vazios impreenchíveis. Nada os preenche: nem a gratidão, nem a memória, nem a saudade.
E em nossa comunidade abriu-se uma clareira vasta com a partida do Sr. João Nanetti. Uma convivência de quase cinquenta anos permitiu-me conhecer esse homem, lutador e idealista. Esse homem de fé! A paróquia ressentirá, empobrecida espiritualmente, porque João Nanetti era uma presença fervorosa nas atividades paroquiais.
Na novena de São Benedito era o Leitor e o Comentarista, muitos anos acompanhado por sua esposa, D. Lourdes. Às Quartas-férias, a novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro o trazia à Igreja até as últimas semanas na sua vida. Cada dia 25 era vez do Santuário recebê-lo logo de manhã. Aos domingos lá estava ele atento à celebração eucarística dominical.
Dizimista fiel e perseverante fazia questão de levar pessoalmente sua generosa oferta, expressão de sua corresponsabilidade na vida paroquial. Uma vida marcada pela fé e pela sintonia com a sua Igreja.
Quanta coisa mais se poderia acrescentar, trazendo o exemplo desse fiel paroquiano de quem se poderia dizer com a Bíblia sagrada: ”o justo brilhará como estrela no firmamento”.

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Côn. Walter M. Pulcinelli

Assim nos ensinaram nossos pais na fé

São Columbano, abade (Séc. VII)

O próprio Senhor, nosso Deus, Jesus Cristo, é a fonte da vida; por isso nos convida a irmos a ele, fonte, para o bebermos. Bebe-o quem ama; bebe quem se sacia com a palavra de Deus; quem muito ama, muito deseja; bebe quem arde de amor pela sabedoria.
Vede donde mana esta fonte: do mesmo lugar donde desceu o pão. Pão e fonte são o mesmo, o filho único, nosso Deus, o Criador Senhor, de quem devemos ter sempre fome.

Agenda Paroquial

Setembro
14 – segunda: Missa da RCC (Missona), na Igreja Nossa Senhora Aparecida, às 20h.
16 – quarta: Missa da Aliança de Amor, na Igreja Matriz, às 19h.
19 – sábado: Curso em preparação para o Sacramento do Batismo, no Auditório Paroquial, às 18h30.
19 – sábado: Missa, na Igreja de Santo Expedito, às 19h30.
20 – domingo: Missa, na Igreja Matriz de Douradinho, às 12h.
25 – sexta: Missa, no santuário Menino Jesus de Praga, às 6h e 19h.



Outubro

01 – quinta: Hora Santa, em preparação à 1ª Sexta do Mês, na Igreja Matriz, às 19h.
02 – sexta: Missa em Louvor ao Sagrado Coração de Jesus, na Igreja Matriz, às 11h e 19h.
02 a 04 – Encontro de Jovens “Força Jovem”, na Vila Betânia. Informações e inscrições com os membros da PJ.
04 – domingo: Curso em preparação ao Sacramento do Matrimônio, no Auditório Paroquial, a partir das 7h30. Inscrições no Escritório Paroquial, a partir do dia 15/09.
06 – terça: Noite de Louvor, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, às 19h30.
09 a 11 – Aprofundamento de Oração para Jovens da RCC, na Vila Betânia. Informações e inscrições com os membros da RCC.
10 – sábado: Curso em preparação para o Sacramento do Batismo, no Auditório Paroquial, às 18h30.